Enfermeiro navegador

O primeiro programa de navegação de pacientes foi desenvolvido em 1990 em Nova York, pelo médico Harold Freeman,  onde percebeu que pacientes com perfis clínicos semelhantes apresentavam desfechos diferenciados. Dessa maneira, concluiu que barreiras financeiras, burocráticas, de acesso, operacionais, comunicação, socioeconômicas, culturais e emocionais impactavam no sucesso do tratamento.

Os programas de navegação se concentram na identificação das barreiras enfrentadas pelo paciente para acessar o tratamento, tendo como objetivo reduzir os atrasos no acesso aos serviços, beneficiando tanto pacientes em início de investigação e tratamento quanto aqueles em cuidados paliativos. Os navegadores avaliam as necessidades dos pacientes e, junto a eles, desenvolvem um plano para superar as barreiras que impedem o acesso aos cuidados de alta qualidade.

Os enfermeiros navegadores utilizam de seu conhecimento especializado, experiência clínica e competências para proporcionar aos pacientes um cuidado focado nos aspectos físicos, sociais e emocionais.

Esse profissional consegue direcionar melhor as necessidades e reduzir as barreiras de acesso a assistência, coordenando o cuidado continum da assistência, realizando educação em saúde dos pacientes e familiares, integração entre a equipe multiprofissional, melhoria dos processos de comunicação e melhoria dos processos assistenciais das instituições suporte, atuam como elo de ligação entre eles e os profissionais da equipe.

Atualmente no Brasil, a navegação de pacientes está mais direcionada ao paciente oncológico, mas que também pode ser aplicada em casos de doenças crônicas, como os pacientes com doenças cardiovasculares.

Por fim estudos mostram que a navegação de pacientes além de apresentar resultados melhores desfechos clínicos, pode colaborar com resultados favoráveis para as instituições, como a redução de eventos adversos, redução na média de permanência, diminuição das taxas de mortalidade e de custos hospitalares.

 

Referências:

Pautasso FF, Zelmanowicz AM, Flores CD, Caregnato RCA. Atuação do Nurse Navigator: revisão integrativa. Rev Gaúcha Enferm. 2018;39:e2017-0102. doi: https://doi.org/10.1590/19831447.2018.2017-0102.

Borchartt DB, sangoi KCM. A importância do enfermeiro navegador na assistência ao paciente oncológico: uma revisão integrativa da literatura. Research, Society and Development, v. 11, n. 5, e25511528024, 2022 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i5.28024.

Roque AC, Gonçalves IR, Popim RC. Experiência de enfermeiras assistenciais: aproximações aos princípios da navegação de pacientes oncológicos. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2023 [acesso MÊS ANO DIA]; 32:e20230020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2023-0020pt.

Como o enfermeiro navegador traz o paciente para o centro do cuidado: https://www.anahp.com.br/.