Classificação das manifestações cutâneas da COVID – 19: estudo espanhol a respeito de 375 casos.

O estudo nacional espanhol baseou-se em 375 pacientes suspeitos ou testados positivos para COVID-19, que apresentaram manifestações cutâneas. As lesões foram classificadas em cinco padrões: pseudo-perniose, erupção vesicular, urticária, exantema máculo-papular e livedo ou necrose. A respeito das lesões, o estudo identificou: a prevalência, a faixa etária em que incidiram e sua associação com as fases da doença. A lesão mais prevalente na amostra foi o exantema máculo-papular; em seguida, pseudo-perniose e urticária, erupção vesicular e livedo ou necrose. Embora inespecíficas, as lesões cutâneas podem auxiliar no diagnóstico precoce da infecção e indicar o prognóstico.

A erupção vesicular apareceu precocemente em relação aos outros sintomas da doença; pseudo-perniose, mais tardiamente; e as demais manifestações junto com os demais sintomas. Pseudo-perniose incidiu em indivíduos mais jovens, relacionando-se com doença menos grave; a erupção vesicular, em indivíduos de meia idade, relacionando-se com doença moderada; a urticária e o exantema máculo-papular relacionaram-se com doença grave; e livedo e necrose apareceram em indivíduos mais velhos, com doença mais severa.

Comentário dos Professores

O novo coronavírus responsável pela síndrome aguda respiratória–2 (em inglês, SARS-CoV-2) apresenta, provavelmente, ação e resposta inflamatórias sistêmicas, cujas manifestações clínicas são variadas. Na pele, a análise do quadro clínico da COVID-19 (“Coronavirus Disease 2019”) permitiu, até agora, a classificação das lesões para o auxílio diagnóstico, inclusive, precoce da infecção; embora inespecíficas, as lesões de pele demonstrariam em alguns casos a correlação das manifestações cutâneas com a doença sistêmica. Sob a orientação da disciplina de Dermatologia, os acadêmicos do curso de Medicina realizaram pesquisa bibliográfica, com a descrição das lesões de pele na vigência da pandemia, para o reconhecimento destas lesões pelos profissionais da atenção à saúde, nas diferentes especialidades e, inclusive, pelo paciente.

Dra. Estela Gemha de Nóvoa
Graduação em Medicina – Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Especialização em Dermatologia – Hospital Guilherme Álvaro, Mestrado em Saúde Coletiva: Políticas e Gestão em Saúde – Universidade Estadual de Campinas

Prof. Dr. Elemir Macedo de SouzaGraduação em Medicina - Faculdade de Medicina de Sorocaba da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Doutorado em Medicina - Universidade Estadual de Campinas, Livre-Docência em Dermatologia - Universidade Estadual de Campinas