COVID-19 diagnosis and management: a comprehensive review.

A COVID-19 é uma infecção contagiosa que acomete principalmente o sistema respiratório. A transmissão se dá através de gotículas respiratórias e aerossol que podem contaminar outros indivíduos, as próprias mãos, os objetos e as superfícies. O SARS-CoV-2 pode persistir nas superfícies por até 9 dias, mas a desinfecção com álcool 70%, peróxido de hidrogênio 0,5% e hipoclorito de sódio 0,1% são eficazes e inativam o vírus. Os indivíduos sintomáticos, que correspondem a cerca de 10% dos casos, costumam apresentar febre, tosse, fraqueza, falta de ar, dessaturação e odinofagia e, cerca de 5%, apresentam pneumonia grave e evoluções mais severas. As formas mais graves da doença geralmente são observadas em pessoas com comorbidades associadas, que evoluem para injúria pulmonar, falência respiratória e disfunções orgânicas. O quadro clínico inespecífico dificulta diferenciar a COVID-19 de outras doenças respiratórias com manifestações sintomáticas semelhantes e alguns exames podem ser importantes. Para confirmar diagnóstico, o teste de Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (RT-PCR), feito a partir de material coletado através de swab de nasofaringe ou orofaringe, é capaz de detectar RNA viral. A tomografia computadorizada (TC) de tórax é importante em pacientes com quadro clínico indefinido e com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) quando há dúvidas em relação ao diagnóstico. O ultrassom (US) é utilizado em números limitados de casos, mas a Associação de Medicina Intensiva (AMIB) recomenda utilizá-la para diagnóstico beira leito de alterações pulmonares provocadas pela COVID-19, avaliação das vias aéreas, rastreamento de complicações e realização de procedimentos guiados. Apesar de ainda não haver um tratamento específico para a COVID-19, os sintomas e as alterações do exame físico constatados pelos profissionais de saúde permitem classificar o paciente em cinco subgrupos denominados fenótipos clínicos que vão desde um quadro mais leve até o mais severo. Isso é importante para que uma conduta mais específica possa ser iniciada.

Referência: Pascarella, G.; Strumia, A.; Piliego, C.; Bruno, F.; Del Buono, R.; Costa, F.; Scarlata, S.; Agrò, F. E. (2020). COVID‐19 diagnosis and management: a comprehensive review. Journal of Internal Medicine. doi:10.1111/joim.13091

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Comentário do Professor

A doença causada pelo SARS – CoV – 2 ( Coronavirus Disease – COVID-19) apresenta, por vezes, sintomas semelhantes aos dos pacientes com síndrome gripal, no entanto, os mesmos podem apresentar-se de maneira mais grave, a depender dos fatores de risco bem como predisposição genética. No artigo que trazemos até vocês, o autor fornece uma visão geral das características clínicas conhecidas bem como algumas opções terapêuticas estudadas até o momento em que foi escrito, por meio de uma revisão sistemática na literatura nas principais bases de dados (PubMed, Google Scholar, MEDLINE, UpToDate, Embase e Web of Science), entre 1 de janeiro de 2019 a 3 de abril de 2020, com as palavras-chave: “COVID-19”, “2019-nCoV”, “coronavirus” e “SARS-CoV-2”. Espero que gostem!

Dr Ricardo Siufi MagalhâesGraduado pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Residência em Clínica Médica e Pneumologia pela Unicamp. Mestre em ciências pela Unicamp. Autor do Podcast Pneumocast.