O que todo cirurgião ortopédico deve saber sobre COVID-19: uma revisão do literatura atual

Estudo sobre Hematologia e a COVID

Cirurgiões ortopédicos possuem maior risco à exposição mucocutânea e à contaminação sanguínea devido a ferimentos cortantes e a detritos ósseos que são expelidos durante os procedimentos operatórios. Certos procedimentos são responsáveis por gerar aerossóis, que resultam na formação de uma nuvem que contém uma mistura de sangue, resíduos ósseos, tecidos e fluidos de irrigação que podem, potencialmente, abrigar vírus e bactérias infectados, representando um risco de contaminação. As precauções são feitas em todos os casos de pacientes sujeitos a
procedimentos que possam gerar aerossol. Por isso, é feito uma triagem pré-operatória para COVID-19 em pacientes que apresentem febre, sintomas do trato respiratório superior, viagens ao exterior ou que tenham tido contato próximo com algum caso confirmado da doença. Além da utilização correta de EPI como medida de proteção, um estudo também mostrou que o uso de luvas duplas serve como uma importante barreira para os cirurgiões, sendo capaz de reduzir em até 55% o risco de contaminação. Dentro da especialidade, também foram adotadas outras medidas, como a redução do número de profissionais na sala de cirurgia e o corte dos casos de cirurgia eletiva.

Comentário do Professor

COVID-19 é uma pandemia de evolução rápida e de transmissão por gotículas respiratórias e contato, mas há potencial para transmissão aérea particularmente em procedimentos de geração de aerossol. As operações ortopédicas, como aquelas que requerem intubação para anestesia geral, cautérios de alta velocidade e outros procedimentos geradores de aerossol, devem ser reduzidas em curto prazo devido à escassez global de EPI.

Tosse e febre são os sintomas mais comuns, mas uma proporção significativa é assintomática.

A prevenção da transmissão na requer triagem sistemática e detecção precoce, uso de EPI, higienização das mãos, uso apropriado de máscaras, distanciamento social, evitar reuniões em massa e políticas governamentais para decretar restrições a viagens.

Drª Cíntia BittarGraduação em Medicina pela PUC-Campinas; Residência em Ortopedia pela PUC-Campinas e em Cirurgia do Pé e do Tornozelo pela Santa Casa de São Paulo; Mestrado e doutorado em Ciências da Cirurgia pela Unicamp. Especializada em Cirurgia do Pé e do Tornozelo.