Síndrome inflamatória multissistêmica em crianças e adolescentes estadunidenses
A pandemia do COVID-19 parece de certa forma poupar a faixa etária pediátrica, mas percebe-se que os indivíduos desse grupo, que evoluem com a forma mais grave da doença, apresentam um quadro de síndrome inflamatória multissistêmica (MIS-C) como consequência da lesão imunomediada pela infecção do coronavírus. A síndrome inclui 6 critérios: idade menor do que 21 anos; doença grave levando a hospitalização; febre com duração maior de 24 horas ou febre maior do que 38°C; evidência laboratorial de inflamação; envolvimento multissistêmico de órgãos e evidência de infecção com síndrome respiratória aguda, causada pelo SARS-CoV-2. Foi observado que o pico de incidência da MIS-C ocorreu quando a atividade do COVID-19 estava decaindo, pelo menos uma ou duas semanas após a infecção viral. Em um estudo realizado recentemente, nos Estados Unidos, a maioria dos pacientes teve pelo menos quatro sistemas afetados, sendo o gastrointestinal o mais prevalente (92%), seguido pelo cardiovascular, hematológico, mucocutâneo e respiratório. Com relação aos marcadores laboratoriais de inflamação, 92% dos pacientes tiveram 4 ou mais valores alterados. Muitos dos pacientes com a síndrome hiperinflamatória tiveram febre e manifestações mucocutâneas semelhantes àquelas da doença de Kawasaki, mas a MIS-C afeta principalmente crianças maiores de 5 anos e está associada a um envolvimento cardiovascular mais frequente. Os principais sintomas encontrados foram febre persistente, inflamação confirmada por testes laboratoriais e evidência de disfunção de algum órgão ou choque. A insuficiência respiratória ocorreu em 59% dos pacientes, sendo que 78% destes não possuía nenhuma doença pulmonar preexistente. Do total de casos estudados, 80% necessitou de internação em unidade de terapia intensiva (UTI). Após o fim do estudo, 70% dos pacientes tiveram alta, 28% continuavam hospitalizados e 2% foram à óbito. A maioria dos pacientes foi tratada com drogas imunomoduladoras, principalmente com imunoglobulina intravenosa e glicocorticóides. As diferentes manifestações clínicas e evoluções encontradas provavelmente se devem a diferenças na infecção pelo SARS-CoV-2 ou a diferenças na expressão nasal da enzima conversora de angiotensina (ECA), que é utilizada como a porta de entrada do vírus no organismo.
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Comentário do Professor
É muito importante que a população leiga tome conhecimento da Síndrome Inflamatória Multissistêmica. Apesar da pediatria ser um grupo que caracteristicamente vem sendo poupado da gravidade do COVID-19, o conhecimento de que essa faixa etária está sujeita a formas graves da doença, mesmo em indivíduos sem doenças prévias, deve reforçar nos pais os cuidados para prevenção de contaminação das crianças.
Para os profissionais de saúde, em todos os níveis de atenção, conhecer as principais manifestações clínicas e alterações laboratoriais da síndrome permite um reconhecimento, suporte e tratamento precoce.
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