Sistema Único de Saúde do Brasil: os primeiros 30 anos e perspectivas para o futuro

O SUS foi criado em 1990 e teve um progresso consistente alcançando bons resultados. Algumas de suas conquistas nos últimos últimos 30 anos foram: Melhoras em sua organização, incorporação dos princípios de universalidade, integralidade e descentralização, mudanças em seu financiamentos após a lei orçamentária anual, expansão de centros de cuidados de saúde primária e desenvolvimento de centros especializados, expansão do programa de imunização e acesso a medicamentos, aumento do uso do serviço de saúde e melhora da equidade em saúde. Porém, apesar do sucesso, medidas de austeridade introduzidas em 2016 impuseram um limite estrito em suas despesas até 2036, ameaçando o sistema, sobretudo nas cidades menores. Indicadores como mortalidade infantil, proporção de nascidos de mães com pelo menos 7 consultas pré-natais, cobertura da saúde da família e mortalidade por doenças cardiovasculares tendem a piorar com esse orçamento, além de afetar os centros de cuidado secundários, podendo comprometer, inclusive, serviços essenciais.

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Comentário dos Professores

“O SUS, cuja criação começa a se desenhar com a Constituição de 1988, é criado em 1990 e revoluciona oferecendo atenção em saúde de forma universal e integral à população brasileira. Nesses 30 anos, colecionamos inúmeros avanços, mas também inúmeros ataques à esta política de Estado inclusiva, principalmente o financiamento deficitário, não implementação da totalidade das potências do sistema, e também terceirizações e outras tentativas de desmoralização visando enfraquecer o SUS.
Os autores do artigo fazem uma análise dos 30 anos, das conquistas que o SUS proporcionou, das ameaças constantes e perspectivas futuras.”

Profa. Cláudia Barros BernardiMédica infectologista formada pela PUC Campinas, Mestre em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Foi trabalhadora e gestora do SUS Campinas, no programa Municipal de AIDS. Foi docente da Faculdade de Medicina da PUC Campinas. Há cinco anos trabalha como consultora sênior para o Ministério da Saúde de Angola, através do Projecto do PNUD/Fundo Global. Defensora apaixonada do SUS.